segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Trocas e Baldrocas

Desenho de Gustave Doré

Estou a aprender as características do conto popular:

  • o autor é o narrador/contador que os transmite de geração em geração;
  • normalmente, há várias versões de um conto, como nos mostra o provérbio «quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto»;
  • escritores como Almeida Garrett, Teófilo Braga, Adolfo Coelho, Consiglieri Pedroso e José Leite Vasconcelos passaram-nos à escrita;
  • são narrativas breves e simples, com um pequeno número de personagens-tipo, designadas pela sua função social, pela sua função profissional ou por certos atributos;
  • a acção decorre num passado indefinido e num espaço indeterminado;
    têm uma função moralizante e, por vezes, lúdica;
  • é utilizada uma linguagem simples, de nível popular, e verifica-se o recurso a repetições de palavras e expressões que facilitam a memorização da narrativa;
  • a simbologia é um aspecto importante, como, por exemplo, o recurso aos números três e sete, a monstros, palácios, reis, príncipes e princesas.

A literatura tradicional de transmissão oral também é composta por provérbios, adivinhas, canções, lengalengas e jogos de palavras. Foi isso que estive a fazer com os meus colegas Miguel e Ricardo. Li as versões russa e brasileira da história "O Padre Sem Cuidados", adaptações de Alfredo Apell e Sílvio Romero e, a partir de palavras mais difíceis, elaborei alguns trocadilhos:

  1. Perguntas manhosas são aquelas que se fazem pela manhã.
  2. Sagacidade significa esperteza, porque existia uma cidade Saga cujos habitantes eram muito espertos.
  3. O senhor Joaquim ao comer arroz vaporizado ficou todo arrazoado.
  4. Os almocreves andam de terra em terra a comer almôndegas com trevos.
  5. Escassa é uma escada feita de massa.
  6. Lúdica é uma dica cheia de luz.
  7. Vasconcelos é o Vasco com selos.

Depois lembrámo-nos de jogos para treinar a fala, então, diz muito rápido:

  • Quem de vinte cinco tira quantos ficam? (Ficam quinze).
  • E o ó que som tem? (Tem o som de ó ou de u)
  • O carro de corrida correu na rua com rodas redondas rolou e ravinas rebolou. (Esta também é nossa)

Qual é coisa qual é ela

Tem bigodes e não é homem pequenino pequenino

Rói queijo e rolhas

Corre tanto que não o apanhamos!

(Rato - foi o Miguel Ângelo que inventou esta adivinha)

"Gostas de amoras? Sim.

Vou dizer ao teu pai que namoras!"

Tiago Silva

A Malta do Alcoitão

7 comentários:

dianapita disse...

Deixo-vos mais jogos de destrava línguas:

Um tigre, dois tigres, três tigres.

O rato roeu a rolha da garrafa do rei da Rússia.

Padre Pedro pinta pregos, Padre pedro prega pregos.

sónia disse...

Obrigada Diana! Vamos treinar, não são fáceis!

Rui disse...

As vossas são muito interessantes.
A última da Diana é para treinar nas férias grandes e não sei se consigo chegar ao fim a dizê-la!!!
O meu contributo é um misto de trava (ou destrava)-línguas fácil e uma charada também fácil.
"Uma meia meia feita, outra meia por fazer, digam-me lá meus senhores quantas meias vêm a ser"

Lídia disse...

Olá,

aqui vai mais um (para juntar aos vossos) que me ensinou a professora da primária: "O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem."
Este é fácil.
Beijocas

sónia disse...

Boa Lídia, já não me lembrava dessa!
Rui, é apenas meia meia que está feita!!!! Por isso ainda falta meia meia e uma meia completa para termos o par :))))Certo?

Sónia e Tiago

Rui disse...

Exactamente!
E, para além de terem acertado, explicaram esta charada da melhor maneira que já me foi dado ouvir (ou ler).

sónia disse...

Nós somos assim, Rui!!! Só para acrescentar, o Tiago leu, hoje durante a videoconferência, o conto do Sabetudo sem se enganar uma única vez! Ui a saudade... Amanhã já tenho que lhe dizer adeus!
bj e obrigada pela tua participação no nosso pequeno monumento :)

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