Era uma vez um Antílope que estava sempre a queixar-se do cheiro mau da floresta.
_Que fedor! Não gosto nada do cheiro desta floresta! Vou tentar descobrir de onde vem este mau cheiro.
E lá foi em busca do sítio de onde vinha o mau cheiro. Pelo caminho, encontrou o Rinoceronte.
_Rino, queres vir comigo à descoberta do sítio de onde vem o mau cheiro? - perguntou o Antílope.
_Sim, quero ir contigo. Sabes que a minha espécie está extinta? - respondeu o Rinoceronte.
_Não acredito! - exclamou o Antílope - Então, porquê? - perguntou.
_Estou, porque os homens vêm com espingardas e mataram metade da minha família. Ando preocupado, triste, não sei o que fazer. Acho que vou fugir para outro sítio com a minha mulher e filhos. - disse o Rinoceronte com um ar abatido.
Os dois amigos resolveram pedir ajuda ao presidente Leopardo que morava no tronco da Árvore Vermelha.
Chegaram junto dele e disseram:
_Sr. presidente Leo, a floresta cheira mal! E eu estou a perder a minha família, porque há homens que aparecem de vez em quando com espingardas e matam-nos para levar os nossos chifres e patas.
O Leo pensou um pouco e depois disse:
_Vamos ver de onde vem este cheiro... Se não conseguirmos, espalhamos perfume pela floresta!
_E eu? - perguntou outra vez o Rino.
_Vamos reunir todos os animais da floresta para ter ideias. - ordenou o Sr. presidente.
Os animais reuniram-se junto do rio Azul que atravessava a floresta.
O presidente Leopardo disse:
_O plano é o seguinte: vamos semear sementes para nascerem flores e ervas aromáticas para que o bom cheiro se espalhe pela nossa terra.
_E eu? - perguntou o Rino desesperado.
O Leão Cabeludo teve uma ideia.
_Vamos buscar um cobertor gigante com as cores do arco-íris. Depois, colocamo-nos uns em cima dos outros e tapamo-nos muito bem com ele. Quando os homens chegarem, nós gritamos com as nossas vozes
para os assustar.
E assim foi. A Girafa do Pescoço Alto avisou os seus amigos e puseram o seu plano a funcionar. Colocaram-se uns em cima dos outros desde o maior até ao mais pequeno, taparam-se com o cobertor e gritaram com toda a força que tinham.
Os homens desataram a correr a sete pés e disseram:
_Que bicho tão esquisito! Vamo-nos pirar daqui e nunca mais cá voltamos!
Quando os homens chegaram a casa a chorar de medo, as mulheres ainda lhes bateram com as colheres de pau, pois tinham avisado os maridos para não irem para a floresta.
A partir desse dia, os animais viveram em paz na sua terra.
Na aldeia Gente Má, as pessoas diziam que havia um bicho gigante colorido que governava a floresta e que era muito mau.
Guilherme e Ângela
A malta de Alcoitão
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