quarta-feira, 20 de junho de 2007

As Aparências Iludem

A Sofia da Fundação do Gil esteve connosco e contou-nos uma história engraçada sobre uma joaninha. Ao mesmo tempo que contava a história, nós brincávamos com uns bonecos de pano que eram as personagens. No final da "vitória, vitória, acabou-se a história", a Sofia deixou-nos um pedido: continuarmos o conto. Como gosto de imaginar coisas, a prof Sónia não me largou e escrevi esta história durante uma semana, porque houve uns dias em que me doeu o braço e não consegui trabalhar bem. Os desenhos foram feitos no Jardim de Infância por mim, pela professora e pela educadora Marta no meio de muitas gargalhadas, mãos sujas de tinta e uma pincelada de tinta azul no meu nariz feita pela minha amiga baleia ;-)

AS APARÊNCIAS ILUDEM

Era uma vez, uma joaninha chamada Cátia que, quando tinha 10 anos, foi passear com a mãe e perdeu-se, porque viu uma linda borboleta e foi atrás dela para brincar. Os seus amigos, borboleta, libelinha e abelha, não a ajudaram a encontrar a mãe, porque estavam ocupados com a sua vida. Só o besouro Filipe, de quem ela tinha muito medo, é que a ajudou. A partir deste momento, a Cátia aprendeu uma lição: as aparências iludem.
Quando fez 23 anos, realizou um dos seus maiores sonhos - ver o mar. Meteu asas ao caminho e foi até Sesimbra.
Quando chegou, estava a chover e ela ficou encantada a olhar para as ondas na areia.
_ Tão lindo!!! - pensou para com as suas pintas pretas.
Resolveu ir até mais perto e mais perto e mais perto do mar, até que reparou que estava longe da praia. Ouviu um som que parecia chorar e viu um ser gigante e estranho. Teve medo, mas lembrou-se que as aparências iludem e deixou-se ficar a olhar para aquela espuma branca e perguntou:
_Quem és tu? Como te chamas?
­_Sou uma baleia e chamo-me Sónia.
_Porque és tão gorda e tão comprida?
_Porque a minha espécie é assim! Se fosse um passarinho era magrinha e muito pequenina. - respondeu contente a Sónia, pois tinha encontrado alguém para conversar.
A Cátia “joaninha” resolveu perguntar-lhe tudo o que queria saber sobre o mar.
_Por que razão o mar é tão grande e azul?
_Nem sempre é azul! - disse com tristeza a baleia. – Por vezes, é negro, quando os barcos deitam fora petróleo e outras impurezas. Outras vezes é vermelho, quando os seres humanos nos matam. Foi numa dessas matanças que eu perdi toda a minha família!
_O que quer dizer matança? - perguntou aflita a joaninha.
_Matança é quando matam muitos seres de uma só vez.
_Oh! Que tristeza! Quero ser tua amiga! E tu queres ser minha amiga?
_Sim, quero ser tua amiga! - exclamou contente a baleia.
_Conta-me mais coisas sobre o mar! - pediu a joaninha.
_ Eu gosto dos cavalos-marinhos. Tenho um amigo chamado Gabriel que é um cavalo-marinho. Mas tenho mais amigos: golfinhos, ouriços-do-mar, raias, polvos e búzios. Ah! Mas a minha melhor amiga é uma anémona-do-mar!
_Que é isso? - perguntou a joaninha admirada.
_As anémonas-do-mar são parecidas com flores, mas são animais como nós. A minha amiga chama-se Filipa e tem uma cor linda e brilhante. É cor-de-rosa e tem um feitio terrível!
_Gostei muito de falar contigo Sónia. Dás-me a tua morada para eu te escrever uma carta?
A Sónia deu-lhe o seu endereço e pediu-lhe para dar um recado aos seres humanos:
"Não deixem estragar o mar, porque ele é a nossa casa e todos precisamos dele."
A Cátia despediu-se e continuou a sua viagem à procura de mais amigos.


Susana Rodrigues (10 anos)
A malta de Alcoitão

2 comentários:

Sofia disse...

Hoje acordei bem disposta, o Sol espreita e o meu sorriso aumenta! A cadela Matilde dá-me os bons dias ao seu jeito e mesmo sendo tão cedo a boa energia transmite-se e o coração fala por nós "Gosto de ti!"
Pela manhã o meu coração volta a fazer-se ouvir ao ler o lindo destino que a Susaninha deu à "nossa" Joaninha.
Nunca deixes de escrever nem de ouvir a tua voz interior que te conta estas histórias tão lindas!!!
É tão bom sorrir e deixar sorrisos, recordar e guardar momentos com significado, saber que a mensagem fica gravada no coração e que com ela vamos crescer em busca de algo mais verdadeiro!
Parabéns a todos por mais um ano de vitórias e conquistas.
Obrigada por existirem!
Beijinhos para os vossos corações*
Sofia

sónia disse...

Obrigada, Sofia, por existir também, pois sem a Sofia nós não conhecíamos a joaninha marota e o besouro simpático. A alegria que transmite quando conta os seus contos é de tal forma contagiante que deu neste colorido de sorrisos e de criatividade. Espero que venha mais vezes ao Alcoitão, mesmo que eu não esteja, no próximo ano, as crianças e jovens vão adorar vê-la e ouvi-la. Tenho a certeza. Há pessoas que se colam à nossa alma e não desgrudam ;-)
Bj
Sónia

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