quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Comércio Justo

Procuramos maneiras de viver que nos levem a um mundo mais limpo de guerras, de poluição, de pobreza e de sofrimento. Descobrimos através da leitura de uma notícia (porque é esta a matéria que a professora Sónia está a leccionar) que existem produtos à venda que são fabricados e comercializados através do chamado comércio justo ou fair trade. Este tipo de comércio trabalha directamente com pequenos produtores dos países mais pobres e explorados da zona Sul do mundo, vendendo os seus produtos (essencialmente, alimentos, artesanato, têxteis e artigos de beleza) a preços justos o que dá origem a um desenvolvimento prolongado e sustentável da sua economia. Além do mais, os alimentos são biológicos, por isso são amigos do ambiente e fazem bem à nossa saúde.
O mundo será mais bonito, se a maioria das pessoas evitar desperdiçar os recursos naturais que o Planeta Terra nos oferece, se procurarmos conhecer as verdadeiras características e origens dos produtos que consumimos, se dissermos NÃO à exploração dos seres humanos mais desprotegidos como os povos da América do Sul, da Índia e de África... Para isso devemos tomar consciência da miséria que alastra em certas zonas e agirmos através de entidades e associações que se dedicam à protecção e ajuda humanitárias.
Existem no nosso mercado algumas lojas que promovem na totalidade o comércio justo e outras onde podemos adquirir produtos específicos fabricados e comercializados através deste processo.
Descobrimos as lojas The Body Shop, L'Occitane, Continente (que tem chocolate, café, bolachas, arroz, chá e outros alimentos na zona Área Viva), Cores do Globo (Cooperativa de Comércio Justo, na Rua da Prata, em Lisboa), Oikos e ainda lojas online com artigos lindos!
Deixamos aqui uma lista de lojas existentes no nosso país:
Almada (Mó de Vida); Amarante (Aventura Marão Clube); Braga (Alternativa); Barcelos (Alternativa); Coimbra (AJP, Planeta Sul); Guimarães (Cor da Tangerina); Faro (ARCA); Palmela (Mó de Vida); Peniche (Terra Justa); Porto (Reviravolta). Tondela (Coolplaneta).
Se souberem de mais sítios, digam-nos, porque vamos às compras brevemente.

Este vídeo explica o que é o comércio justo e mostra alguns artigos que podemos adquirir.


Bárbara e Patrícia
A Malta do Alcoitão

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Pobreza, Poverty, Pauvreté



Fotografias de Robert Caputo

As pessoas são pobres por causa da guerra, porque vivem sozinhas, porque não têm dinheiro, roupa, comida, água potável. A guerra é um demónio que entra nos seres humanos e torna-os maus e agressivos com outros seres humanos. Quem mais sofre com a guerra são as crianças, as mulheres e os idosos. A pobreza vem depois da guerra e traz doenças. Devemo-nos juntar e viver como irmãos.
A professora levou-nos a um sítio de um fotógrafo, Robert Caputo, e vimos muitas fotografias. Escolhemos estas duas que nos impressionaram muito, pois informam e denunciam situações de fome e sofrimento na Somália, devido a uma guerra civil. Ficámos chocados e comovidos com o que vimos. Percebemos que há gente no Mundo que não tem nada para comer e que sobrevive à custa de outros povos que os ajudam, por exemplo, atiram sacos de arroz e farinha através de helicópteros.
Palavras como solidão, compaixão, solidariedade apareceram na nossa cabeça.

Desenho de José Pádua
Vamos continuar a trabalhar o tema da pobreza nos próximos dias. O que podemos fazer para ajudar estas pessoas? Consultem estes sítios e podem começar a actuar!

Free Rice

Fair Trade

The Hunger Site

The Hunger Site

Malam, Ana Patrícia e Lassana
A Malta do Alcoitão

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Ainda o Outono... e a Música

A semana passada aprendemos uma palavra nova: acróstico. É uma palavra esquisita, mas foi divertido fazer acrósticos para o Outono. E também fizemos uns dedicados às educadoras Filipa e Lúcia que foram embora do CMRA. As despedidas são difíceis! Beijinhos às duas, adorámos trabalhar com vocês!

O vento bate nas árvores.
Ui! Como as folhas sofrem!
Tenho pena delas!
Oiço o som do vento
Nas árvores a passar...
O Outono já chegou e veio para ficar.

Ana Patrícia

O Outono é bonito.
Uvas apanham-se das videiras.
Tempo de vento.
O sol ainda está quente!
No Outono caem as folhas.
O chão fica amarelo, cor-de-laranja e castanho!

Malan Sané

Oh! Que cheirinho a castanhas!
Uh! Uh! Uh! O vento assusta
Toda a gente!
Os figos, as romãs, as uvas
Nas árvores para apanhar.
O Outono já chegou.

Tiago Baptista

A Patrícia mostra a nota musical que serve de gancho para o cabelo. Este trabalho foi realizado com as educadoras do CMRA. Não é bonita?


A Malta do Alcoitão

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Olha o Passarinho!

Fotografia de cherrypinkho

Como ontem foi o Dia Mundial da Música, a Rosa trouxe um vinil (um disco antigo) com música popular portuguesa. O Malam gostou muito desta música e a professora Sónia disse que o poema era interessante, por isso vamos estudá-lo:

Olha o passarinho!
Que bem que ele canta!
Quando está cantando,
Tem uma guita (rra)
Dentro da garganta.

É um rouxinol.
Quer fazer o ninho
E cantar sem medo
Dentro do balse(do).
Olha o passarinho

A moda está alta;
Não lhe posso chegar
Ponham-na mais baixinho,
Mais devagarinho,
Que eu quero cantar!

Oh, que lindo bando
De pombinhos bravos!
Comem a boleta
E a azeitona pre(ta)
Por esses montados.

Baixo Alentejo
"Pelo Toque da Viola" dos Terra a Terra

Esta música é tocada com viola, violão e bandolim.
Elaborámos uma pesquisa sobre estes instrumentos na net e achámos que são muito parecidos uns com os outros, embora emitam sons diferentes. O bandolim, que não conhecia, é um instrumento musical que apareceu em Itália no século XVI. Tem a forma de uma pêra e as costas abauladas e oito cordas agrupadas duas a duas.
Estas músicas fazem lembrar-me as Cantigas de Amigo e de Amor que D. Dinis escreveu. Sei que estas poesias existem e surgiram na Idade Média, porque no 5º e no 6º anos a minha professora de História levou um cd para a aula para ouvirmos.



Um bandolim
Alguém nos sabe dizer qual é a diferença entre um violão e uma viola? Se souberem, escrevam nos comentários.
Deixamos aqui um lugar onde podem encontrar notícias sobre música.
Bárbara Santos, 13 anos
A Malta do Alcoitão

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

O Outono Chegou


E com ele vieram os professores, o vento e as folhas a sujarem o chão, o amarelo, o castanho e cor-de-laranja. As árvores deitam fora as folhas velhas e ficam à espera de folhas novas que só chegam na Primavera.
Não há vindimas na minha terra, mas há um fruto, o caju, que tem um suco lá dentro que, quando fermenta, quem bebe fica tonto. Andámos a ver na internet informações sobre o caju e descobrimos que não é bem um fruto. Nasce da árvore cajueiro e tem uma castanha agarrada a um pedúnculo floral amarelo e carnoso que se come também. A castanha agarrada a esta parte é que é o fruto. É duro e tem muito óleo, chama-se habitualmente "castanha-de-caju" e a semente serve para comer, depois do fruto ser assado, para remover a casca, ao natural, salgado ou assado com acúcar. Eu prefiro comer com açúcar, a Patrícia gosta mais com sal e a professora Sónia come ao natural.
A castanha-de-caju também pode ser usada verde nos pratos quentes - é o chamado maturi. Os indígenas preparam um vinho, o mocororó. Fartei-me de rir com este nome!!! Agora vou perguntar às pessoas o que é mocororó e ninguém sabe! Tenho a certeza!


Malam, 11 anos

O Outono, para mim, é escola, castanhas assadas, vindimas e namorados a passearem pelas ruas, por isso digo que chegou o amor!
Já ajudei a fazer as vindimas em Trás-os-Montes, na terra da minha mãe. Colhia as uvas e colocava-as num cesto. Depois, as uvas iam para um tanque e os homens pisavam-nas com os pés para fazer o vinho.

Ana Patrícia, 14 anos
A Malta do Alcoitão

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Eu sou...

... a Patrícia. Não sou egoísta, mas sou muito birrenta. Tenho 14 anos e ando no 7º ano. O que mais aprecio nos meus amigos é a sinceridade e a dedicação e gosto de brincar com eles, por exemplo, conversar, jogar à bola, ver filmes, ouvir música e ver televisão. Por falar em música, o meu cantor favorito é o Mika. A minha cor preferida é o rosa, porque a boneca que mais gosto é a Hello Kitty. Adoro Fernando Pessoa, tenho um livro dele que estudei na escola. O que mais detesto são as pessoas falsas.
Quem me dera ter este relógio!!!






Ana Patrícia
A Malta do Alcoitão

domingo, 14 de setembro de 2008

Quando ir à Escola é um Esforço para Nota Vinte

Mais uma entrevista :)

Desta vez foi no Correio da Manhã!!! 14 Setembro 2008
Educação

"Quando ir à escola é um esforço para nota vinte

Há formas diferentes de ir à escola quando as circunstâncias assim o exigem. Histórias de um aluno internado no hospital, um desportista de topo e uma menina do circo que conhecem outras formas de aprender. E outras escolas, às quais, à maneira deles, se adaptaram. Porque aprender não precisa de ocupar lugar.

Para Rafael, a escola não tem portão. Nem intervalos ou recreio. Amanhã, quando as aulas começarem, ninguém o vai levar à escola porque ele já lá está. Está sempre. É no Hospital Garcia de Orta, em Almada, que o adolescente, de dezasseis anos, passa os dias e as noites desde que, há seis anos, ficou tetraplégico na sequência de uma meningite. É lá que estuda, através de videoconferência – assiste assim às aulas da EB 2,3 de Alcabideche –, e manda por e-mail os trabalhos de casa. Está no 9.º ano. Vê os professores e os colegas e eles vêem-no a ele através da câmara. Do lado de cá do computador está Fátima, a 'incansável' professora de apoio, que todas as tardes o acompanha no espaço que Rafael Ovelheiro já conquistou como seu, ao fundo do corredor da ala de Pediatria e atrás do biombo – que é fechado em redor deles na altura das aulas – e sempre ligado à internet. Com e como ele estão alunos do Centro de Reabilitação de Alcoitão, a assistir às mesmas aulas, a ouvir as mesmas matérias, a acederem à escola fora dela. A história de Rafael não está escrita nos livros – é uma lição de esperança que não se aprende na escola.

'Gosto muito de Matemática, de Inglês não', diz-nos, ao mesmo tempo que salva a ‘Carla’ num jogo de estratégia que o entretém no computador. É através das bochechas, a única parte do corpo que mexe, que vai teclando e descobrindo outros mundos dentro do mundo internet. Os TPC – como qualquer aluno que se preze, não têm a sua simpatia – são feitos ao final da tarde antes de ter via-verde para os jogos, a escrita no blogue pessoal e o msn. Só os jogos do Benfica, clube do qual é sócio, o tiram da frente do computador a ele adaptado. Agora aguarda a entrada numa instituição – agendada para Julho mas até hoje adiada –, altura em que o adeus vai ser sentido à equipa que o tem acompanhado no serviço de Pediatria. Por ora, é lá que a cada dia agarra a vida e lhe dá significado, com o apoio incansável da mãe, Herculina – que todos os dias, mal sai do trabalho, corre para junto do seu ‘menino’ –, e do resto da família. Descrito pela enfermeira-chefe, que o conhece desde que ele ali entrou, como 'uma pessoa que gosta e quer viver', Rafael sonha com o dia em que Diana Chaves – tem pósteres dela espalhados pelo cantinho onde navega na internet –, entre pela porta da ala onde está internado. A actriz já prometeu a visita e ainda não cumpriu mas o adolescente, que a considera 'a mais bonita' das mulheres, continua à espera que ela venha.
Fátima Andrade já estava a caminho dos 30 anos de profissão quando conheceu Rafael Ovelheiro. "Para descansar da escola fui trabalhar como professora para o hospital, mas pensava que ia ter muitos alunos e afinal era só o Rafael", recorda. "Se foi um choque na altura, neste momento ficaria com ele para sempre, já temos uma ligação muito forte, uma amizade e até me esqueço das dificuldades e limitações que ele tem", conta emocionada a professora, admitindo que tem aprendido muito com ele, nomeadamente informática. "Ele é muito bom com os computadores e ensina-me muitas coisas, é um aluno muito esperto e vivo, um lutador", descreve. Há uns dias foram juntos ao cinema, uma das poucas alturas em que Rafael sai do Hospital. É em nome da sétima arte ou do futebol - é um ferranho adepto do Benfica - que abandona as instalações que há quase sete anos são a sua casa. "Também foi ao concerto dos Da Weasel e ao Jardim Zoológico com a família toda", diz a mãe, admitindo que estava "com algum receio de ir ao zoo porque desde a doença ele nunca mais lá tinha voltado". Adorou. E fez um filme com as fotografias que tiraram. Para sempre recordar. "

Blog BoniFrati