quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O Esperanto

No século XIX, vivia na cidade BialystoK (na Polónia), L. Zamenhof, médico oftalmologista. Naquela época falavam-se muitas línguas em BialystoK, o que gerava muitas dificuldades de compreensão entre as várias culturas. Este facto motivou o médico que também era linguísta e que dominava muitas línguas (o alemão, o russo, o polaco, o romeno, etc.) a procurar uma solução para o problema. Durante anos, estudou novas línguas que foram surgindo, procurou os seus defeitos, com a intenção de criar uma língua transnacional, que possuísse elementos de vários idiomas ocidentais e orientais, totalmente regular, sem excepções gramaticais e que funcionasse como a segunda língua de todos os povos, não pertencendo a nenhum povo em particular, mas, sim, a todos os povos. No ano de 1887, publicou um pequeno manual, intitulado “ Língua Internacional”, utilizando o pseudónimo de Doutor Esperanto, palavra que acabou por se tornar no nome da Língua inventada. Para se poder perceber a importância desta Língua, basta dizer-se que só na União europeia se falam vinte línguas oficiais. Qualquer texto escrito numa destas línguas, necessita ser traduzido para as outras dezanove o que resulta matematicamente em 380 combinações possíveis. A utilização do Inglês, por exemplo (que é a língua que mais se fala) como língua oficial da UE, deixaria em desvantagem os países que não a dominam. Se o Esperanto fosse utilizado, cada País só teria que traduzir o documento para o seu idioma, o que permitiria poupar muito dinheiro em tradutores e seria muito mais democrático. As quantias exorbitantes poupadas poderiam ser utilizadas de forma inteligente para resolver outros problemas mais urgentes, como a fome, a desidratação, o tétano, a cólera, a sida, entre outros.
À semelhança de muitos outros países, em Portugal, existe uma Associação Portuguesa de Esperanto, com site na Internet,

http://esperanto.web.pt/entrada.htm
onde poderás encontrar uma secção juvenil - Jovens Esperantistas de Portugal, com actividades dos jovens esperantistas de Portugal.
Existem dicionários Português–Esperanto e Esperanto-Português.

Encontram-se traduzidas em Esperanto, as principais obras de grandes autores da literatura mundial (Shakespeare, Molière, Goethe, Camões, Andersen, Cervantes, García Marquez, García Lorca, Dante, Virgílio, entre muitos outros), a par de edições de poetas e escritores esperantistas actuais.
Existem igualmente discos (vinil, cassete, CDs), existindo mesmo uma etiqueta que edita exclusivamente em Esperanto (VinilKosmo, França) e um estúdio de gravação, em regime de cooperativa para músicos esperantófagos). Os temas interpretados são frequentemente de produção original, com textos de poetas esperantistas, embora sejam também frequentes as traduções de temas provenientes de tipos de música característicos desta ou daquela cultura (como por ex. fado) ou de hits da música popular internacional. Não pode deixar de referir-se a utilização dada ao esperanto por músicos não-esperantistas, como Elvis Costello ou mesmo Michael Jackson.


Rafael Ovelheiro

1 comentário:

sónia disse...

Gostei muito deste trabalho, Rafa. Depois de vos escutarmos com atenção na videoconferência, vou ler com os meus alunos este post, na 2ª feira.
Bjs

Blog BoniFrati