Olá! O meu nome é Rita, tenho 16 anos e é a primeira vez que posto aqui.
O assunto sobre o qual venho postar não é agradável, mas devemos falar sobre ele.
Vou contar-vos uma história que diz respeito não só a mim, mas também à professora Sónia (esqueci-me de mencionar que sou vizinha dela). Trata-se de uma história sobre dois cãezinhos que viviam na nossa rua: a Pipa e o Bob (também conhecido por Canito).
Eles apareceram na nossa rua, há cerca de 4 anos, extremamente assustados e era visível que tinham sido abandonados e sofrido maus-tratos.
Não me lembro já como nem quando, sei que quase todos os moradores, na rua, se afeiçoaram muito aos cãezinhos e nós adoptámo-los, dávamos-lhes comida e cuidávamos deles.
Tudo correu muito bem até há bem pouco tempo. Dei pela falta deles, pois sempre que saía de casa, faziam-me uma recepção na rua e há dois dias que isso não acontecia. Portanto, decidi fazer investigações por conta própria e sondar os vizinhos se sabiam de alguma coisa, porque começava a ficar seriamente preocupada!!!
Muitos vizinhos sabiam tanto quanto eu, até que alguém disse que os tinha visto a ser apanhados por uma carrinha da Câmara Municipal de Cascais.
Não foi difícil adivinhar o que lhes tinha acontecido!
Falei com os meus pais para saber o que poderíamos fazer e ligámos para o canil da Câmara.
A professora Sónia já tinha tratado disso e disse-me que eles tinham sido capturados, porque “alguém” teria feito uma denúncia e tínhamos apenas 8 dias para os tirarmos de lá, caso contrário, eles seriam abatidos.
Claro que ficámos todos bastante afectados com esta notícia.
Foram muitas noites de choro e sem dormir a tentar arranjar uma solução: 8 DIAS ERA POUQUÍSSIMO!!!
O importante era não desanimar nem cruzar os braços. Aqueles cãezinhos não tinham mais ninguém com quem contar e nós tínhamos de dar tudo por tudo para os salvar.
Comecei a ligar para meio mundo a oferecer os cães. Recebi muitos “nãos” e muitos “não sei vou perguntar, depois digo qualquer coisa” – óbvio que nunca mais diziam nada - mas felizmente eu sou persistente e não desisti.
Mas os dias continuavam a passar…
Esgotados os contactos, decidi ir até à Internet e procurar associações que pudessem ficar com os cães até lhes conseguirmos arranjar sítio para ficar.
Descobri uma bastante boa em S. Pedro de Sintra e tirei os contactos para ligar.
Fiquei felicíssima a pensar que tinha arranjado uma solução e que nem tudo estava perdido.
Claro que nem tudo são rosas. A senhora da Associação explicou que tinha muita pena, mas que apenas tinha capacidade para 50 cães e, naquele momento, tinham lá cerca de 200.
Disse-me também que, ao ver a nossa aflição, apenas poderia ficar com a cadela (por ser mais pequena).
Fiquei muito triste pelo Bob Canito, mas já que podíamos salvar uma vida…lá aceitei. No dia seguinte, fomos até ao canil para recuperar a Pipa.
E digo-vos: é impossível traduzir aquilo por palavras. É algo horrível, monstruoso mesmo. Os cães são mantidos em condições deploráveis que não se dava ao pior dos humanos.
Eu só sei que saí de lá completamente lavada em lágrimas! Não sei se foi de trazer um cão e deixar lá o outro, ou se mesmo das horríveis condições em que os cães eram tratados.
Depois de termos dado água e comida à cadelinha que (pelo que pudemos ver) era algo que ela já não tinha há dias, levámo-la para a Associação onde nos despedimos com muita saudade, mas pelo menos sabemos que ficou bem entregue e que ainda poderá vir a encontrar, quem sabe?, um novo lar e uns novos donos que gostem tanto dela como nós gostamos.
Faltava o Bob. E isso ainda me angustiava bastante, porque, o Bob era especial, talvez o melhor cão do mundo, eu adorava-o e custou-me bastante ter que aceitar que ele seria abatido. Foram vários os dias sem dormir e até sem comer…foi muito duro!
Eu sabia que já tinha esgotado as possibilidades, mas não queria acreditar!
Aí, entrou a professora Sónia que foi impecável e que para descanso e alívio de todos conseguiu arranjar um sítio para o Bob ficar, uma quinta em S.Brás de Alportel com uma senhora e duas filhas adoráveis, segundo diz a Sónia.
É muito bom saber que conseguimos salvar os dois cãezinhos, deixa-me muito feliz.
O abate de animais é um problema real! Uma prática tão bárbara que eu até pensava que tinha caído em desuso, mas não!
A história deles teve um final feliz, mas a de muitos não!!!
Deixo-vos uma fotografia da Pipa. Do Bob Canito já a professora Sónia colocou fotografias no outro post anterior.
Espero que gostem! Segue o endereço do canil de S. Pedro de Sintra para quem quiser consultar e/ou adoptar um cão.
O assunto sobre o qual venho postar não é agradável, mas devemos falar sobre ele.
Vou contar-vos uma história que diz respeito não só a mim, mas também à professora Sónia (esqueci-me de mencionar que sou vizinha dela). Trata-se de uma história sobre dois cãezinhos que viviam na nossa rua: a Pipa e o Bob (também conhecido por Canito).
Eles apareceram na nossa rua, há cerca de 4 anos, extremamente assustados e era visível que tinham sido abandonados e sofrido maus-tratos.
Não me lembro já como nem quando, sei que quase todos os moradores, na rua, se afeiçoaram muito aos cãezinhos e nós adoptámo-los, dávamos-lhes comida e cuidávamos deles.
Tudo correu muito bem até há bem pouco tempo. Dei pela falta deles, pois sempre que saía de casa, faziam-me uma recepção na rua e há dois dias que isso não acontecia. Portanto, decidi fazer investigações por conta própria e sondar os vizinhos se sabiam de alguma coisa, porque começava a ficar seriamente preocupada!!!
Muitos vizinhos sabiam tanto quanto eu, até que alguém disse que os tinha visto a ser apanhados por uma carrinha da Câmara Municipal de Cascais.
Não foi difícil adivinhar o que lhes tinha acontecido!
Falei com os meus pais para saber o que poderíamos fazer e ligámos para o canil da Câmara.
A professora Sónia já tinha tratado disso e disse-me que eles tinham sido capturados, porque “alguém” teria feito uma denúncia e tínhamos apenas 8 dias para os tirarmos de lá, caso contrário, eles seriam abatidos.
Claro que ficámos todos bastante afectados com esta notícia.
Foram muitas noites de choro e sem dormir a tentar arranjar uma solução: 8 DIAS ERA POUQUÍSSIMO!!!
O importante era não desanimar nem cruzar os braços. Aqueles cãezinhos não tinham mais ninguém com quem contar e nós tínhamos de dar tudo por tudo para os salvar.
Comecei a ligar para meio mundo a oferecer os cães. Recebi muitos “nãos” e muitos “não sei vou perguntar, depois digo qualquer coisa” – óbvio que nunca mais diziam nada - mas felizmente eu sou persistente e não desisti.
Mas os dias continuavam a passar…
Esgotados os contactos, decidi ir até à Internet e procurar associações que pudessem ficar com os cães até lhes conseguirmos arranjar sítio para ficar.
Descobri uma bastante boa em S. Pedro de Sintra e tirei os contactos para ligar.
Fiquei felicíssima a pensar que tinha arranjado uma solução e que nem tudo estava perdido.
Claro que nem tudo são rosas. A senhora da Associação explicou que tinha muita pena, mas que apenas tinha capacidade para 50 cães e, naquele momento, tinham lá cerca de 200.
Disse-me também que, ao ver a nossa aflição, apenas poderia ficar com a cadela (por ser mais pequena).
Fiquei muito triste pelo Bob Canito, mas já que podíamos salvar uma vida…lá aceitei. No dia seguinte, fomos até ao canil para recuperar a Pipa.
E digo-vos: é impossível traduzir aquilo por palavras. É algo horrível, monstruoso mesmo. Os cães são mantidos em condições deploráveis que não se dava ao pior dos humanos.
Eu só sei que saí de lá completamente lavada em lágrimas! Não sei se foi de trazer um cão e deixar lá o outro, ou se mesmo das horríveis condições em que os cães eram tratados.
Depois de termos dado água e comida à cadelinha que (pelo que pudemos ver) era algo que ela já não tinha há dias, levámo-la para a Associação onde nos despedimos com muita saudade, mas pelo menos sabemos que ficou bem entregue e que ainda poderá vir a encontrar, quem sabe?, um novo lar e uns novos donos que gostem tanto dela como nós gostamos.
Faltava o Bob. E isso ainda me angustiava bastante, porque, o Bob era especial, talvez o melhor cão do mundo, eu adorava-o e custou-me bastante ter que aceitar que ele seria abatido. Foram vários os dias sem dormir e até sem comer…foi muito duro!
Eu sabia que já tinha esgotado as possibilidades, mas não queria acreditar!
Aí, entrou a professora Sónia que foi impecável e que para descanso e alívio de todos conseguiu arranjar um sítio para o Bob ficar, uma quinta em S.Brás de Alportel com uma senhora e duas filhas adoráveis, segundo diz a Sónia.
É muito bom saber que conseguimos salvar os dois cãezinhos, deixa-me muito feliz.
O abate de animais é um problema real! Uma prática tão bárbara que eu até pensava que tinha caído em desuso, mas não!
A história deles teve um final feliz, mas a de muitos não!!!
Deixo-vos uma fotografia da Pipa. Do Bob Canito já a professora Sónia colocou fotografias no outro post anterior.
Espero que gostem! Segue o endereço do canil de S. Pedro de Sintra para quem quiser consultar e/ou adoptar um cão.
Rita Bernardo
3 comentários:
Olá Rita,
obrigada pela tua história que é também um pouco a minha história. São momentos que nos fazem sofrer e perceber como é cruel este mundo em que vivemos.
Não consigo, tal como tu, esquecer aquele local onde o Canito estava preso. Ainda sinto o cheiro esquisito a desinfectante, o frio, a claustrofobia de um espaço tão exíguo! E tantos cães que lá estavam... a pedir para sair de lá.
Ainda bem que existem pessoas como tu. Obrigada pela fotografia da Pipa. Nunca mais a vi. :'( Tenho que pensar numa visita ao Algarve para ver o Canito.
bj
Sónia
Obrigada pelos elogios eu n fiz nda de especial!!!
E Só tenho pena que não tenhas posto o link da asociação para poderem adoptar a pipa...
Sempre estão de pé os outros posts que falámos?
Beijinhos e falamos por mail!!!
Ritinha,
Já coloquei o endereço do canil de S. Pedro de Sintra. Desculpa o esquecimento. Sim, mantêm-se os outros posts, logo que possas.
bj
Sónia Bártolo
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